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ONU reafirma direito à educação e denuncia exclusão de meninas no Afeganistão

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No dia 7 de julho de 2025, o Conselho de Direitos Humanos da ONU aprovou uma resolução contundente reafirmando que a educação é um direito humano fundamental e um “direito multiplicador”, que viabiliza o acesso a muitos outros.

A resolução, aprovada com ampla maioria, traz uma mensagem clara: nenhuma criança deve ser impedida de aprender por motivos de gênero, etnia, deficiência, condição social ou convicção religiosa.

Ao mesmo tempo, o texto da ONU denuncia a situação alarmante em que vivem milhões de meninas afegãs, impedidas de frequentar a escola por conta da política extremista do governo Talibã, que desde 2021 proíbe o acesso feminino à educação secundária e superior.

O que está acontecendo no Afeganistão?

Desde a retomada do poder pelo Talibã, o Afeganistão tornou-se o único país no mundo onde meninas são oficialmente proibidas de estudar após o ensino fundamental.

Em julho de 2025, completaram-se três anos de segregação educacional imposta às mulheres afegãs, que agora só podem, em sua maioria, estudar em madrassas (escolas religiosas) com currículos restritos e sem perspectiva de formação profissional ou acadêmica.

Organismos internacionais, como a ONU e a UNESCO, classificam essa política como uma grave violação dos direitos humanos, com consequências devastadoras para o desenvolvimento social, econômico e emocional do país.

Por que isso importa para psicopedagogos e educadores do Brasil?

À primeira vista, o drama das meninas afegãs pode parecer distante da nossa realidade. Mas há razões importantes para que profissionais da educação no Brasil reflitam sobre esse cenário, tais como:

1. Educação como libertação

A resolução da ONU nos lembra que a educação é uma ferramenta de empoderamento e autonomia, principalmente para grupos historicamente marginalizados — como mulheres, pessoas com deficiência, povos indígenas ou comunidades periféricas. Em contextos como o Afeganistão, a negação do acesso à escola é também uma forma de silenciamento e controle.

2. Vigilância contra retrocessos

Mesmo em países como o Brasil, que reconhecem legalmente o direito à educação, ainda existem obstáculos reais para muitas meninas — especialmente quando acumulam marcadores de vulnerabilidade (ser negra, pobre, com deficiência ou moradora de zona rural). A vigilância contra o desmonte de políticas públicas de inclusão e equidade é parte da atuação ética de qualquer educador ou psicopedagogo.

3. Educação com consciência global

Psicopedagogos e neuropsicopedagogos são formadores de consciência social. Trabalhar com crianças e adolescentes implica também cultivar valores como empatia, justiça, respeito à diversidade e defesa de direitos humanos. Conhecer situações como a das meninas afegãs ajuda a fomentar uma educação crítica e humanizadora, mesmo em contextos locais.

Como trazer esse tema para a prática pedagógica?

Você pode utilizar essa pauta para propor reflexões com:

  • Adolescentes e jovens: debater o direito à educação como um direito fundamental;
  • Famílias: conscientizar sobre a importância da permanência escolar, especialmente de meninas e jovens com deficiência;
  • Equipes escolares: articular ações voltadas à equidade de gênero e respeito à diversidade cultural;
  • Projetos institucionais: incluir temas globais nas práticas pedagógicas e em rodas de conversa interdisciplinares.

Além disso, terapeutas e psicopedagogos que trabalham com meninas em situação de vulnerabilidade podem se inspirar nesse contexto para fortalecer a autoestima, os vínculos com a escola e os projetos de vida dessas jovens.

Conclusão: Educação é um direito que precisa ser defendido — em todo lugar

Enquanto meninas são impedidas de estudar no Afeganistão, o mundo precisa se mobilizar não apenas para protestar, mas também para proteger e fortalecer as políticas educacionais inclusivas nos seus próprios territórios.

A resolução da ONU não é só um alerta para regimes autoritários, mas também um espelho para cada sociedade refletir: estamos garantindo, de fato, uma educação digna para todos?

A resposta a essa pergunta passa pelo olhar atento e pela atuação comprometida de educadores, psicopedagogos, gestores e profissionais que acreditam no poder transformador da escola.

Referência de apoio

Fonte: ONU – Resolução sobre Direito à Educação (Conselho de Direitos Humanos, julho de 2025)


👉 No próximo artigo da série: descubra o que a ciência revelou em julho sobre os subtipos biológicos do autismo — e como isso pode transformar as intervenções psicopedagógicas.

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