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Tragédia em escola do RS levanta alerta sobre segurança e saúde mental nas instituições de ensino

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No dia 8 de julho de 2025, uma escola pública localizada em Estação, no interior do Rio Grande do Sul, foi palco de uma tragédia que chocou o país.

Um adolescente de 16 anos, ex-aluno da instituição, invadiu uma sala de aula durante o período escolar e atacou estudantes com uma faca. O episódio resultou na morte de um menino de 9 anos, além de deixar outra aluna gravemente ferida e outras crianças e uma professora lesionadas.

O agressor foi apreendido pela polícia e agora responde por ato infracional análogo a homicídio e tentativa de homicídio. A comunidade local ficou abalada, e o caso ganhou repercussão nacional, levantando novamente questões urgentes: o que leva um jovem a cometer um ato de violência tão extrema? Como as escolas podem prevenir tragédias como essa? Qual o papel da saúde mental nesse contexto?

Muito além da segurança física

É comum que, após casos como esse, os debates girem em torno de portões, câmeras e detectores de metal. Mas especialistas alertam que a segurança verdadeira começa muito antes — na escuta, no acolhimento e no cuidado com o emocional dos alunos.

Esse episódio evidencia uma questão já conhecida por psicopedagogos: a escola precisa ser também um espaço de saúde emocional. E isso exige:

  • Prevenção ativa de sofrimento psíquico, por meio de escuta qualificada e intervenções precoces;
  • Criação de vínculos reais com os estudantes, especialmente os que estão em situação de risco ou exclusão;
  • Protocolos de acolhimento e acompanhamento de jovens em sofrimento emocional, abandono escolar ou com histórico de violência.

O que o psicopedagogo pode (e deve) fazer

A atuação do psicopedagogo diante de contextos de violência e vulnerabilidade vai além do conteúdo pedagógico. Ele pode (e deve):

1. Mapear sinais de risco

  • Mudanças abruptas de comportamento, isolamento social, discurso agressivo, desinteresse escolar, ideação violenta — todos são sinais que precisam ser observados, documentados e comunicados.

2. Atuar preventivamente

  • Desenvolver programas de educação socioemocional, rodas de conversa, dinâmicas de empatia e mediação de conflitos.

3. Apoiar educadores e famílias

  • Formar professores para identificar e encaminhar casos de sofrimento psicológico.
  • Orientar famílias sobre comunicação afetiva e manejo de comportamentos desafiadores.

4. Articular a rede de apoio

  • Colaborar com psicólogos, assistentes sociais, conselhos tutelares e serviços de saúde mental para criar protocolos integrados de proteção escolar.

O papel da escola na cultura de paz

A escola precisa deixar de ser apenas um espaço reativo e tornar-se proativa na construção de uma cultura de paz. Isso significa:

  • Educar para a empatia e não para a competição;
  • Valorizar a escuta e a subjetividade dos estudantes;
  • Garantir espaços de expressão emocional segura, especialmente para meninos e adolescentes que muitas vezes reprimem seus sentimentos.

Um dado que preocupa

De acordo com dados do Observatório da Violência Escolar, o número de ocorrências graves em escolas brasileiras aumentou 38% nos últimos 3 anos. A maior parte dos episódios tem relação com:

  • Conflitos interpessoais não mediados;
  • Problemas de saúde mental não identificados;
  • Ambientes escolares negligentes com o cuidado emocional.

Conclusão: acolher é também proteger

Tragédias como a que aconteceu em Estação (RS) são chocantes, mas não devem ser normalizadas. Elas precisam nos mobilizar para que a escola deixe de ser apenas um espaço de transmissão de conteúdo e se torne um ambiente seguro — física, emocional e socialmente.

Psicopedagogos têm um papel essencial nesse processo: ajudando a construir vínculos, escutar os invisíveis e atuar antes que a dor vire violência.

Referência de apoio

Fonte: CNN Brasil – Adolescente mata criança e fere colegas com faca em escola no RS


👉 No próximo artigo da série: veja o caso que causou indignação no Paraná — professora é presa por amarrar criança autista no banheiro. Quais os limites éticos e legais na educação infantil?

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